Entendendo os Mapas II
O mapa é um
instrumento de comunicação e de conhecimento. Ele possui uma série de
informações sobre a área mapeada, é preciso, portanto, saber “ler”, e tirar
conclusões a partir destas informações.
Um mapa físico ou
hipsométrico (que retrata altitudes) trata dos aspectos físicos de determinada
área. Não se trata de um cartograma, pois possui indicador de direção,
paralelos, meridianos e escala.
Um mapa temático é
aquele que trata de algum tema específico. Normalmente trata-se de cartogramas,
pois muitas vezes, não contém linhas imaginárias, nem mesmo escalas, afinal seu
objetivo não é demonstrar distâncias, e sim a distribuição geográfica de
determinado fenômeno. No entanto, muitas vezes, a correlação de mapas físicos e
temáticos são muito úteis para a representação de alguns fenômenos.
Assim como todo
conjunto de informações, mapa é sempre seletivo, pois como é impossível
demonstrar de uma só vez todos os fenômenos existentes em uma área,
determinados fatos são escolhidos, em detrimento de inúmeros outros, de acordo
com o objetivo a ser alcançado.
Uma idéia usual e
equivocada é aquela segundo a qual os mapas devem ter o norte na parte superior
do papel e que a Europa deve sempre estar no centro do mapa. No entanto, já que
o mapa é a representação de uma determinada área, como se ela estivesse sendo
vista de cima para baixo, qualquer mapa pode ter qualquer ponto de orientação
na parte de cima da folha.
A tradição de se
colocar a Europa na parte central na maioria dos mapas da superfície terrestre
também se deve ao europeu, que foram os primeiro a confeccionar esse tipo de
mapa e colocaram seu continente na parte central. Alguns países como a China e
os Estados Unidos já modificaram essa tradição, colocando seus países na parte
central. No entanto, os mapas não são melhores ou piores de acordo com seu
centro. O importante é estar atento a todas as visões, para assim ter uma visão
mais real da superfície terrestre.
Como vimos, Arno
Peters (contemporâneo às idéias de subdesenvolvimento), resgatou a projeção de
James Gall, porque defendia que a projeção de Mercator privilegiava os países
desenvolvidos, em detrimento dos subdesenvolvidos, ganhando assim, grande
aceitação de alguns intelectuais da época, porém essa projeção foi perdendo
força devido às novas configurações mundiais. No entanto, atualmente, não se
acredita que a projeção Gall-Peters valorize de fato os países
subdesenvolvidos, já que muitos deles se encontram no hemisfério norte,
enquanto que muitos países desenvolvidos se encontram no hemisfério sul. Além
disso, a imensa maioria da população mundial localiza-se no hemisfério norte,
onde existe uma maior quantidade de terras emersas. Esse fato justifica o
procedimento que existia e existe em alguns mapas, que enfatizam muito mais o
hemisfério norte ao “cortarem” parte no hemisfério sul, a Antártida, sobre a
qual, em muitos casos, os dados são irrelevantes.
Existe também o
uso enganador, ou propangandístico dos mapas, no qual são privilegiadas algumas
informações em detrimento de outras. Muitas vezes, esses desenhos, que têm a
pretensão de mapas são propositalmente deformados para proporcionar uma falsa
idéia da realidade para o leitor, como é o caso de muitos mapas utilizados em
anúncios de imóveis.
Percebemos então,
que os mapas, assim como qualquer outro texto, são instrumentos úteis, mas,
eventualmente podem conter informações falsas ou tendenciosas, além de ter
importantes informações ocultadas. Isso ocorre de acordo com o objetivo
pretendido do autor do mapa.
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